Acredite, Halloween é coisa séria. Para quem não clicar no link, resumidamente a festa veio da celebração das colheitas (para o hemisfério norte) e da festa dos mortos.
Com o passar do tempo e as variações sofridas ao longo dos anos, passou a ser uma noite onde as crianças saem fantasiadas para pedir doces (mais do que moeda) pela vizinhança.
A famosa frase “Trick ou Treat?” (Gostosuras ou Travessuras?) é usada na abordagem inicial, onde o anfitrião oferece uma bandeja / balde / cesto com doces para que a criança pegue um. E assim, segue a peregrinação de casa em casa.
No ano passado, o nosso vizinho chapa (aquele de Nova York, sim o único da rua a interagir com a gente) nos convidou para ir com eles, assim não ficaríamos tão deslocados. Repetimos a dose esse ano, já que as crianças se dão super bem.
Como não estaríamos em casa, adotamos a política da boa vizinhança deixando algumas bacias com doces na porta e um bilhete. Claro, que mal sobrou a bacia no fim da noite.
Desta vez, já escolados, levamos lanternas, pois as ruas não possuem iluminação. Mal se enxerga onde pisa e os vizinhos, que nunca encontramos, continuamos sem saber o rosto.
A luz acesa das casas indicam que elas estão participando da brincadeira. Se a luz estiver apagada, não adianta nem tocar. Muitos, para não ter que abrir a porta a cada minuto, já se instalam no alpendre ou no driveway com seu fogareiro, seus sticks de marshmallow para derreter e esperam a criançada passar.
Este ano, as decorações estavam melhores e as pessoas mais animadas (incluindo diversos adultos fantasiados). Algumas casas tinham apenas abóboras (o famoso Jack O’ Latern – vale ler a história) e decorações de outono (como nosso caso) mas, a grande maioria, trazia decoração específica de Halloween. Mesmo com teias de aranha, bruxas e fantasmas, a decoração era simpática aos pequenos.
Tiveram poucas que estava com algo mais pesado, como uma caveira ou uma cabeça flutuando numa bola de cristal. Mas a que ganhou como melhor decoração, para mim, tinha toda uma instalação na garagem. O jardim estava coberto de lápides e havia um castelo inflável no driveway. Você entrava por ele e ia para dentro da garagem, a qual estava totalmente decorada com partes do corpo humano, aranhas, cobras, muitas teias e o dono da casa vestido de vampiro parado no meio do cenário. De péssimo gosto, mas valeu a criatividade.
Sem dúvida, é uma tradição muito forte, apesar de que ainda não vi nenhuma comemoração de nada mais ou menos. São poucos “eventos” mas todos participam. Começa que todas as escolas fazem um evento (desfile em geral) neste dia e todos os alunos – e a maioria dos professores – vão fantasiados. Ano passado, no Halloween, estava num curso na University of Delaware e a professora aparece fantasiada para dar aula. Confesso que foi um pouco difícil me concentrar aquele dia.
As lojas, depois das vendas de “volta às aulas”, se transformam para o Halloween. Decoração, alimentos, produtos de higiene e limpeza, kit para fazer as abóboras. Pense em qualquer coisa que pode ser comprada. Pronto, deve ter em alguma loja.
De qualquer forma, é muito interessante. Se tivesse que resumir, para mim seria como uma mistura de carnaval com festa junina. Claro, com as guloseimas americanas… Que não preciso nem dizer que tenho horror a elas. O problema não são os chocolates. São os demais: balas, pirulitos, chicletes e todas as variações de amendoim. Mas tudo bem, cultura e hábitos não precisam ser entendidos, apenas respeitados. Aqui em casa, só chocolate – sem amendoim e suas variações – e de fim de semana. O resto… sempre tem alguém que quer, né?
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