CULPA é quando você cisma que podia ter feito diferente, mas, geralmente, não podia…. de Adriana Falcão
Pronto! Basta ser mãe ou pai para se sentir culpado. Queremos sempre o melhor para os filhos, que não se machuquem, que não sofram. Enfim, que tudo seja perfeito.
Mas o tempo passa e aprendemos – e se não aprendemos, a vida fica nos lembrando – que não é bem assim. Somos humanos e falíveis. Nossos valores e limites são testados o tempo todo por aquele meio metro de pura travessura. Como educar sem o exemplo? Não raro, vemos nos pequenos leves (e às vezes não tão leves) deslizes nossos. Mas a cada dia temos a chance de começar tudo de novo e educar através de nossas atitudes.
Essa semana, passamos por um susto com o pequeno. Naquele famoso um segundo que tudo pode mudar, o Antonio caiu da escada e cortou a testa. Tudo ficou bem. Mas poderia não ter ficado. O corte foi feio e bem fundo. Fora tudo que não quero nem pensar que poderia ter acontecido.
A angústia de vê-lo amarrado para costurar a testa e só poder segurar sua perna e falar que eu estava lá para tentar acalmá-lo, fez o coração parar alguns momentos. E ficou clara a nossa impotência e falta de controle, mas, por outro lado, também que, para educar uma criança, a repetição do exemplo é o caminho mais cansativo, porém, o mais efetivo.
E então, mesmo com tudo encaminhado, na noite que o sono não vem, aparece a culpa para fazer companhia. E se… E se… E se… Não posso impedir que ela apareça. Mas posso sim aprender com ela e ensinar o caminho da rua. Depois de remoer o que posso melhorar e o que devo ter mais atenção, ela não é mais bem vinda. E não será convidada a ficar porque a prática faz com que ela perceba que aqui não é o seu lugar.
Nesta casa, somos humanos e falíveis. Mas se erramos, erramos fazendo e tentando acertar.
A culpa? Que vá procurar outro travesseiro porque o meu está cheio de sonhos.
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