Imagina que voce vai se mudar para uma casa menor, ou simplesmente vai se desfazer de vários itens. O que você faz? Doa para alguém? Empacota tudo e leva numa instituição de caridade?
Aqui para compensar – ou agravar o hábito de acumular coisas – de tempos em tempos a maioria dos condomínios, ou as casas individualmente, fazem o famoso “garage sale“. Colocam no driveway e na garagem tudo que querem vender, sinalizam na redondeza e pronto. Aparece gente de todos os lugares.
Estava louca para ir bisbilhotar o que tanto vendem nesses eventos, mas ainda não tive oportunidade. O que pude ir na semana passada foi num tag sale. O tag sale é a venda de itens de segunda mão (até aí nada muda), mas os preços estão colados nas peças (com o tag) e dispostos pela casa. Em geral, é a venda de todos ou a maioria dos itens da casa. Existem empresas especializadas que ajudam a organizar as vendas. Em termos de business, é extremamente organizado. Os produtos são classificados, precificados e listados. Além disso, a empresa se encarrega de arrumar a exposição dos itens pela casa.
Vi as placas pelas ruas – e como já tinha recebido a dica de uma amiga – fui seguindo. A casa ficava num condomínio perto da escola das crianças, traduzindo, classe média americana. Tinha pelo menos 10 pessoas visitando a casa aquele horário. A casa era bem espaçosa e nem tão grande para os padrões americanos.
Na minha dedução, a senhora, que já não estava bem saúde há algum tempo, faleceu e a família colocou tudo a venda. A casa tinha uma sala de estar, a sala da lareira, uma sala toda envidraçada, um provável escritório que virou um quarto, três quartos no andar de cima e o basement inacabado cheirando a mofo (mas lotado de coisas!).
Tudo que se pode imaginar estava a venda. A decoração
de natal, de halloween, conjunto de prato desfalcado, bijuteria, baú pequeno, baú grande, troféu de concurso de dança, mais baú, cadeira de rodas elétrica, mais baú, saleiro, poltrona, outro baú, ventilador e mais baú.
Nunca vi tanto cacareco sendo vendido. Pior, sendo comprado. Vender um vaso de cristal, até uma cama dessas de hospital, vai lá. Mas um despertador com a cara do Garfield, bicho de pelúcia mofado, LP do Milli Vanilli e um busto do Elvis Presley? Quem vai comprar um troféu que não ganhou? Come on! Com tanta coisa nova a venda nas lojas por um preço ridículo, qual o prazer que essas pessoas tem em comprar coisa velha?
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