Quem acompanhou de perto – ou de longe – a grande mudança que foi para mim (em particular) vir par cá, me ouviu reclamar da pacata vida aqui. Acho que nunca consegui traduzir tão bem o porquê detestei tanto me ver cercada de nada.
O blog Brasilmagic/’s Weblog, escrito por uma brasileira que vive nos Estados Unidos acredito que já há alguns anos, trouxe um post essa semana sobre o assunto: Brazilian women and American suburbs.
O ponto central, como grandes mudanças, é deixar de querer as coisas como eram e tentar aproveitar as coisas como são. Ainda que, neste caso em especial, passa por um grande esforço que é deixar a padaria na esquina, a conversa com o vizinho, o pulo na vendinha e, claro, a família e os amigos a poucos quilómetros. Viver no subúrbio americano é como viver numa fazenda, onde não
há como fazer nada a pé, você não vê ninguém na rua e qualquer lugar esta a pelo menos uma estrada de distância. Sem falar em passar oito meses em temperaturas abaixo de 15oC.
E o que agrava são as relações humanas. Brasileiros, italianos, espanhóis, mexicanos precisam se relacionar, estar com pessoas a sua volta e se comunicar. Ainda ontem, conversando com uma italiana que mudou para cá há seis meses e passou o fim de ano na sua terra natal, ela comentava com lágrima nos olhos da alegria dos amigos baterem na sua casa para visitá-los.
A maioria das mulheres acaba vindo “acompanhar”, largam emprego e assumem um papel que, nem de longe, queriam ter somado a árdua tarefa de ter que ajudar na adaptação de todos. A vida se torna muito solitária se você deixar.
Para mim, a grande virada foi quando conheci outras brasileiras e nos tornamos muito próximas. Posso dizer que tenho amigos que levarei para a vida toda independente de onde estiver. Assim como aqueles que eu tinha no Brasil e continuam presentes na minha vida.
Ola!
Tenho uma amiga que esta morando em Avondale desde agosto como aupair e hoje ela me relatou a solidao que sente aos finais de semana.
Apesar da host family ser incrivel, sente falta de pessoas para conversar, sair, desabafar….
Pode ajudar?
Oi, Silvia. Tudo bem? Obrigada por sua mensagem. Realmente não é fácil mas tenho certeza que ela vai conseguir se adaptar. Eu já não estou morando mais em Avondale mas tenho uma rede de amigas que ainda estão na região que poderia ajudar. Fala para ela me escrever. Um beijo