Tem coisas que mesmo tentando traduzir, tenho certeza que a palavra não tem o mesmo significado. Assim como Chees Rolls jamais será um pão de queijo, Mardi Gras jamais será Carnaval. Mesmo sem ser fã do tema, não há como não achar fevereiro estranho sem o Carnaval no meio. É como se fevereiro tivesse 31 dias.
O sentido da festa até foi o mesmo lá nos primórdios e é mais forte onde houve maior influência francesa, como nos estados de Alabama, Lousiana e Mississipi. O mais famoso é o de New Orleans e mantém toda a simbologia e ritual com leves adaptações. Apenas no estado da Lousiana é considerado feriado. As comemorações começam no dia 06 de Janeiro e seguem até o Carnaval com toques de baixaria. A data para o restante do país é tão inexpressiva que o tema comercial é o Valentine’s Day e o Dia de St Patrick.
Destino dos mais mal intencionados globais, o Carnaval do Brasil já deixou de ser uma festa folclórica com algum significado popular. Momento de catarse individual e coletiva, onde tudo é permitido – como se durante o resto do ano todos jogassem os lixos no cesto, não cometessem infrações de trânsito, nem deixassem de pagar algum imposto, para dar alguns exemplos.
Mas se você realmente pensa que cachaça é água, Mardi Gras não é Carnaval. Com ou sem baixaria, o senso de coletivo e comunidade continuam fortes, a cabeleira do Zezé na quarta-feira de cinzas volta a ter chapinha e a vida segue. E nós? Depois de tanto riso e tanta alegria, continuaremos os mesmo palhaços que estavam espalhados pelo salão?
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